quinta-feira, 2 de julho de 2015

The Salt of the Earth



Realizador: Juliano Ribeiro SalgadoWim Wenders
Argumento: Juliano Ribeiro SalgadoWim Wenders, David Rosier

Este documentário sobre o Sebastião Salgado é quase perfeito, seria mesmo perfeito se o filho não se perdesse a dada altura com a tentativa de retratar um pouco a relação deles, as dificuldades que tiveram e os progressos que fizeram... Em conversa com amigos sobre o tema parece que surge uma opinião unânime: Se fosse o Wim Wenders a fazer tudo, era melhor...

Este Homem tem uma história de vida quase única, poucos conseguiram ver o que ele viu, viver o que ele viveu, sentir na pele o lado mais negro do nosso mundo, ver os cantos mais maravilhosos que a natureza nos dá... Tudo... Daqueles que pode dizer "pronto malta, já chega... já vi tudo... venha o próximo".

Mas não disse... continua cá, continua a fazer coisas surpreendentes e a criar inveja projecto atrás de projecto. Uma vida cheia, cheia de tudo um pouco que o fez abdicar de muita coisa, que o fez perder o crescimento dos filhos, que o fez estar longe muito tempo, que o fez arriscar muito e também encher-se do que o mundo tem para dar, preenchendo-o como poucas pessoas poderão dizer que conseguiram.

As fotografias são conhecidas e estrondosas, aqui não há novidades e aproveitem para ir ver a exposição na Cordoaria Nacional que está lá até Agosto... (eu ainda não fui, mas o JP já e diz ser até melhor que o documentário).

Depois o filho tenta mostrar um lado mais familiar e pessoal do fotógrafo, mas essa fase do Filme deixa muito a desejar... não tem a intensidade necessária nem sequer tem o conteúdo necessário. Era interessante ter este aspecto bem retratado no Filme, mas não foi de todo um sucesso... Tirando a parte do projecto pessoal final, onde ele recupera a herdade da Família... é um trabalho avassalador e que dará frutos (literalmente) durante muitos anos...

Mais do que a pessoa conhecemos aqui a obra, os caminhos que seguiu e tanto vemos umas viagens meio repentinas aos poços em chamas no Kuwait, como 2 e 3 anos de vida junto a povos inteiros em fuga da guerra, da fome, da doença e da miséria, que dá vida ao projecto "Êxodos"... acabando no exponente máximo que temos para nos presentear: a natureza... cantos e recantos inacreditáveis que são a base da obra "Génesis".

Enfim, é imperdível de tão rico... desde nos sentirmos absurdos em estar atrás de um computador o dia inteiro, passando por sentir que é mesmo difícil deixar uma pegada neste mundo, acabando por querer devorar o que este planeta criou por si sem que nós pedíssemos nada...

Uma maravilha.


Golpes Altos: As fotografias... as experiências que teve.

Golpes Baixos: A tentativa quase a martelo de colocar a relação com o filho no Filme.

Sem comentários:

Enviar um comentário