sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Golpes por Ordem - Christopher Nolan

Gostam de rankings? Quem não gosta... Em vésperas de estreia do Nolan, proponho nova rubrica de ranking variados chamada "Golpes por Ordem".

Hoje o ranking é de filmes do Nolan... O meu passa por:

1. Memento
2. The Dark Knight
3. The Prestige
4. Insomnia
5. The Dark Knight Rises
6. Batman Begins
7. Inception

É impossível ser justo nisto... e o gosto pessoal influencia a ordem de forma óbvia.

Razões:
- O Memento marcou-me muito... e foi o 1º que vi e não consigo deixar de o colocar lá em cima.
- O Dark Knight seria dono desse mesmo 1º lugar, mas não posso meter 2 e optei pelo Memento.
- Adoro o Prestige...
- O Insomnia é um filmaço...
- Os outros Batmans são óptimos... sendo que o último podia ser perfeito se não fosse tão mal acabado... que horror de morte do vilão... em 20min iam estragando totalmente um filme incrível.
- Não sou fã do Inception... giro e tal mas parece-me quase adolescente. Embora seja um grande filme na mesma! Ele não sabe fazer coisas más.

Qual é o vosso?

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Gone Girl



Realizador: David Fincher
Argumento: Gillian Flynn (Livro e adaptação)
Actores: Ben AffleckRosamund PikeNeil Patrick Harris, Tyler Perry, Kim Dickens, Patrick Fugit, Emily Ratajkowski ( . ) ( . )

Já é sistemático apelidar o David Fincher de um dos melhores Realizadores vivos... Ele à medida que vai trabalhando, mostra que de facto é um rótulo justo, sem favores e sustentado. 

Ele é provavelmente o Realizador mais doentio no detalhe, na busca pela perfeição plano após plano... tudo é pensado, tudo é meticuloso, filmar com ele deve ser uma tortura misturada com uma tese de doutoramento. É incrível a qualidade com que faz TUDO, sempre sem querer dar nas vistas ou ser um grande protagonista... 

As histórias que ele traz para a tela, sejam dele ou adaptadas, não falham em nada no momento de as passar para o público. Aí ele é Rei e Senhor... Não há um "não percebi aquilo" ou um "isto foi um bocado de repente"... nada... tudo o que ele quer passar, passa... TUDO! Isto é para mim das características mais importantes no Cinema, as histórias serem bem contadas. 

Gone Girl é mais um Filme poderoso, mais uma obra que nos atira ao tapete com facilidade, que mete o dedo em feridas aparentemente demasiado distantes, mas que não passam de exageros para explicar muito do nosso dia a dia. É um Filme que destrói o conceito romântico de uma relação e o conceito familiar comum de uma relação.

Neste Filme vemos uma relação perversa, que atinge proporções inimagináveis. Coloca em causa toda e qualquer definição de estabilidade emocional, de Família, de marido, de mulher, de Amor... Nada é deixado de parte, tudo é posto em causa e mexido, e remexido como se de um massacre emocional se tratasse. E claro... tudo isto envolto num tenso e bem trabalhado Thriller, onde o Fincher se tem mostrado como peixe na água, onde parece querer dar cartas hoje em dia. Mesmo que o Zodiac seja para mim um pouco aborrecido... 

Paralelamente, a crítica já antes vista aos media, ao poder que têm armados de sensacionalismos baratos, de dogmas estapafúrdios e de opinion leaders acéfalos. Estamos rodeados por este mundo, do parecer antes de ser... um mundo tão perverso como a relação esmiuçada no Filme, um mundo que cria histórias destas, que dá ferramentas virais tornando-se autênticos virus na sociedade. O jogo de aparências que no Filme entra pela vida do casal, marcando-o de forma cabal. 

O Ben Affleck é para mim um enorme argumentista e um bom realizador. Como actor não passa de alguém profissional, trabalhador, que sabe muito de cinema e o que são os seus limites. Parece-me óbvio que é fácil apontar nomes que ficariam melhor em papéis dele, em todos provavelmente... aqui, novamente, ele está capaz... mas sem fazer a diferença, também novamente... Clive Owen?
Rosamund Pike está como tem de estar, por vezes um pouco exagerada mas tiro-lhe o chapéu à fase em que desaparece do mundo... A fase dos subúrbios... está fantástica. 
Destaque para a Detective, Kim Dickens, que é para mim o melhor papel do Filme. 

Um Filme enorme, mais um, de um Realizador muito capaz e que até tem arriscado aqui e ali embora desta vez esteja num universo que adora.


Golpes Altos: Ficher, Kim Dickens, a tortura, a tensão, as críticas e as maminhas da Ratajkowski (sim, à frente do nome dela lá em cima aquilo são maminhas... porque não há qualquer outra razão para ela ter entrado no Filme... zero... nenhuma... nicles...)

Golpes Baixos: Embora seja pouquíssimo importante, a forma como quiseram tocar na ferida de algumas relações, é mesmo demasiado distante do que temos no nosso dia-a-dia... penso que era ainda mais doloroso se fosse mais próximo. 

The Shinning @ IKEA